
Apesar do jovem atual
ter um grande e facilitado acesso ao saber, nota-se que a inteligência
ou o conhecimento geral de hoje é inversamente proporcional
a otimização da busca da sabedoria e da verdade e este é um processo
generalizado e bem difundido, para a infelicidade da nação, que tem o
jovem como os construtores do seu futuro.
É muito fácil constatar
isto através de uma breve observação atenta do comportamento do jovem em
suas conversas cotidianas ou mesmo em suas diversas redes sociais e
outros meios nos quais eles se expressam, e o resultado é desanimador,
pois se formos depender do interesse do jovem em estar atualizado sobre o
que importa para a sociedade e sobre a sua capacidade de decisão, o
nosso futuro não será dos melhores, pois estes não estão aptos a mudar a
sociedade e se mudarem, será para pior.
Um dos grandes fatores que tornam o jovem tão imbecilizado atualmente é a mídia, estas criam diversos estereótipos positivos e negativos e nesta dualidade antagônica, mostram muito o intelectual como um ser desengonçado, sem capacidade em se relacionar, sem vida social, basicamente, retrata um ser fracassado no âmbito social e amoroso, já o mais ignorante, é o destacado social, forte, atraente para o sexo oposto, vida social agitada, entre outras qualidades, portanto é o retrato de uma pessoa bem sucedida.
Neste comparativo, há
uma generalização totalitária e por isto falsa, pois ela sugere que
todos que prefiram o destaque social, ignorando totalmente a
intelectualidade, é o descolado e o que prefere a intelectualidade,
ignorando o destaque social, é o deslocado, o que mostra uma pobreza em
classificar as pessoas, fora que é feita uma polarização malévola, pois o
jovem, no anseio de ser aceito pela sociedade e vendo que a mídia
mostra só dois lados da moeda (popular e nerd) de forma simplória,
fatalmente optará pelo primeiro modelo, enquanto os jovens mais
depressivos, que não veem como conseguir o destaque, escolheram o
segundo modelo.
Esta polarização é
prejudicial, pois ela só prevê apenas um aspecto da vida, em detrimento
de outro, o que é um crime contra o jovem em desenvolvimento de sua
maturidade, que precisa tomar importantes decisões e que nunca deve
polarizar, mas sim adquirir um pouco de cada comportamento, ou seja, ter
uma boa vida social, com sucesso no campo amoroso, se divertir e tudo
mais, mas sem esquecer de utilizar a sua intelectualidade para resolver
seus problemas e crescer na vida, porém, o que vemos, é apenas a
polarização ao que é divertido, prazeroso e que proporcione destaque
social, enquanto a intelectualidade fica esquecida no limbo, por ser
algo considerado inútil e feito só para pessoas amarguradas com a
sociedade.
O arremedo que chamados
de cultura atual, que despreza o saber e a verdade, e que busca somente
prazer e diversão, ou resumindo, a saciedade dos desejos imediatos,
torna o jovem cada vez mais ignorante, pois quando ele exerce somente
estas atividades, ele deixa de treinar o seu raciocínio, o que vai
alienando-o aos poucos, pois o cérebro se não for usado, ele deixa de
adquirir conhecimento e sabedoria, assim como um músculo que deixamos de
exercitar, ele irá atrofiar e se tornar cada vez mais inútil, tornando a
pessoa mais fraca.
Como raciocinar é algo
que pode ser cansativo e que não dá prazer imediato, isto quando alguém
sente prazer nisto, pois não são educadas para isto, já que não sabem,
que é necessário suprir necessidades reais, que seria o raciocínio como
forma de tomar de tomar decisões acertadas, e a mídia, assim como a
cultura popular e outras ideologias partidárias e poderosos que
desejam perpetuar-se na liderança do povo, incentiva a busca do prazer
em detrimento do conhecimento e da verdade, pois isto irá distrair as
pessoas, especialmente o jovem, que mais tem este anseio em seu ser, e
como resultado disto, uma grande massa de jovens alienados e ignorantes,
prontos para receber qualquer comandos dos detentores do poder sem
questionar nada, ou seja, pão e circo para todos se tornarem bobos e
sustentarem déspotas eternamente.
Hoje não há incentivos
ao conhecimento, por ele ser mais complicado de adquirir, mas isto em
tese, pois a facilidade de adquirir conhecimento atualmente é enorme,
mas a preguiça de pensar é mais forte do que a sede pelo saber, fora que
o saber, na mente de pessoas incultas, não é algo tão útil e nem é
divertido, mas estas pessoas, são condicionadas a ver a vida como um
parque de diversão, é só notar como a mídia e outros agentes
propagadores de ideias martelam diariamente esta necessidade louca de
apenas se divertir, deixando todo o resto para lá, pois não devemos
pensar em nenhum momento no futuro, só viver o presente e que se dane
planejamento e outras coisas vistas como atraso de vida ou
atividades infrutíferas e sem graça.
A vida moderna, ensina
que devemos eliminar toda a dificuldade e ficarmos apenas com o que é
prático e prazeroso, mas há um exagero neste discurso, pois para criar a
praticidade, muitos tiveram que estudar e pesquisar formas de criar a
praticidade, fora que, se a pessoa ficar só com o que é fácil, e
evitando as dificuldades ou ao menos a reflexão sobre elas, quando a
dificuldade vier, ela estará despreparada, por não ter pensado em como
resolver os problemas, mas sim em fugir deles, e nesta hora, ela estará
em sérios apuros, por culpa de sua preguiça em pensar ou em adquirir
conhecimentos que poderia acabar ou amenizar aquela dificuldade.
O que fica de lição é,
não viva só para se divertir, pois a diversão é algo passageiro e
as consequências de uma vida pautada apenas na saciação de desejos e não
na saciação de necessidade reais e não temporárias, são várias, que
variam desde lamúrias por não ter aproveitado a juventude e ter estudado
mais, juntado mais dinheiro, ter comprado uma casa em vez de um carro,
fora as outras bem comuns, como terem jogado a vida fora por só pensarem
em putaria e tudo mais, por acharem que são novos demais em pensar
nisto e que pensar cansa e devemos evitar a fadiga mental, em prol da
saciação de desejos.
Adquirir conhecimento e a
verdade, não custa caro, e nem exige tanto tempo assim, é só pegar
aqueles momentos de ócio total, quando não está fazendo realmente nada
de útil e divertido, como por exemplo, vegetando na frente do computador
e começar a aprender algo útil, legal, que sirva para o futuro, que
melhore a vida, ou seja, dá para conciliar diversão e busca pelo saber,
basta querer e largar do comodismo e do vicio da diversão desenfreada.