A Disney é uma empresa que nunca esteve isenta de polémica. Há muitos, muitos filmes que suscitaram comentários e A Dama e o Vagabundo é um deles. No entanto, embora as redes sociais tenham feito eco de um pormenor muito particular do filme, a verdade é que temos de recuar até aos anos 50 para perceber qual é o foco do conflito.
Em suma, estamos perante um clássico que acompanhou a infância de muitos, e nunca é uma má altura para olhar para trás. viagem no tempoTanto mais quando é facilmente acessível.
O que acontece em A Dama e o Vagabundo?
A Dama e o Vagabundo é um filme lançado em 1955, o filme de animação de maior bilheteira da Disney desde o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões em 1937.
O filme procurava representar uma rutura entre as classes sociais, apresentando uma história de amor entre um cocker e um cão vadio. Assim, Lady Meets Gulf e começa um romance que terá de ultrapassar muitas barreiras. Desta forma, veremos a situação social dos dois protagonistas e como é a vida de um cão vadio. No entanto, é de salientar que não deixa de ser um filme muito divertido que tem como objetivo entreter o público.
Para isso, faz uso de muitas situações humorísticas e, acima de tudo, concentra-se no Golfo para dar ritmo à ação. No final, a rua é onde a maior parte do enredo acontece, encontrando perigos como o canil, animais vadios, o clima ou a falta de comida. Nesse sentido, segue um pouco a linha que mais tarde seria retomada por Los Aristogatos em 1970.
Este filme apresenta todos os elementos necessários Quem não se lembra da típica cena do restaurante com o prato de esparguete? Sem dúvida, uma das cenas mais icónicas de toda a história da Disney.
A título de curiosidade, o início do filme foi baseado em num acontecimento real da vida de Walt Disney. Numa certa ocasião, esqueceu-se de um encontro com a sua mulher e, para a compensar, deu-lhe um cachorrinho. Por isso, vemos como Jaimito dá um de presente a Linda, dando início à trama.
La Dama y el Vagabundo arrecadou no seu tempo 187 milhões de dólares. Apesar de ser um bom valor para a época, o filme não esteve isento de polémica, pois foi acusado de ter cenas racistas. Mais concretamente, foi o momento em que vemos os gatos siameses que causou mais polémica. Se virmos animações antigas, sabemos que isso acontecia, mas esta cena chamou muito a atenção por causa de um pormenor adicional.
Estes gatos siameses representam a população asiática. Não só o desenho dos próprios animais pode refletir isso até certo ponto, como a canção que cantam é claramente de inspiração oriental. Recorde-se que o filme foi lançado em 1955, dois anos após o fim da Guerra da Coreia. Já nessa altura, o público não gostou desta representação, que respondia à conceção que os americanos tinham deles após a Segunda Guerra Mundial, mas com a chegada do filme live-action de 2019, foi mais uma vez posta em causa. Assim, a nova versão apagou completamente a canção dos felinos, que mostrava a população asiática como seres malignos.
Não é a primeira vez que a Disney tem de alterar as suas obras para as adaptar aos dias de hoje, mas, se formos capazes de fazer um exercício de compreensão de que se tratava de outra época, a verdade é que o filme é bastante recomendável, tanto para adultos como para crianças. Por isso, agora que está disponível no Disney Plus, temo-lo ao nosso alcance e é uma boa altura para o ver.
Em Alerta Acre | Arrecadou quase 1,3 mil milhões de dólares, obrigando a Disney a romper com a essência mais clássica dos seus filmes. Marcou toda uma geração e pode ser visto no Disney Plus: Frozen.
In Alerta Acre : O filme que virou os filmes de ação de pernas para o ar. É o melhor filme dos últimos 15 anos e agora pode vê-lo no HBO Max: John Wick.