Prigozhin reaparece na Bielorrússia e anuncia que Wagner não lutará na Ucrânia por enquanto.

Marcia Pereira

O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, reapareceu na quarta-feira num vídeo publicado no canal Telegram dos mercenários. Nele, Prigozhin mostra as suas tropas a dar-lhes as boas-vindas à Bielorrússia e a declarar que, por enquanto, não voltarão a combater na Ucrânia.

O grupo Wagner divulgou o vídeo nos seus canais Telegram. O vídeo, gravado em condições de fraca iluminação após o anoitecer, mostra apenas algumas figuras pixelizadas ao longe, afirmando que a voz ouvida é a de Prigozhin, que se terá dirigido a “vários milhares de combatentes” num discurso. Da agência Reuters não foi possível verificar se se trata efetivamente dele.

O líder de Wagner começa o seu discurso dando as boas-vindas às tropas “solo bielorrusso”, dizendo que ficarão lá “durante algum tempo”.. “Faremos do exército bielorrusso o segundo maior do mundo. Se for necessário, lutaremos por eles”, diz Prigozhin, que exorta os seus soldados a serem simpáticos para com os seus anfitriões, para que estes os vejam “não apenas como heróis, mas como irmãos”.

(Os mercenários do Grupo Wagner já estão a treinar na Bielorrússia e irão treinar o exército de Lukashenko)

O chefe dos mercenários assegurou às suas tropas que fizeram “um ótimo trabalho para a Rússia”. e que o que está a acontecer atualmente na frente “é um uma desgraça na qual não precisamos de participar”.. “Talvez regressemos à operação militar especial (a guerra na Ucrânia) numa determinada altura, quando tivermos a certeza de que não nos vamos envergonhar”, acrescentou.

Por outro lado, convidou as suas tropas a continuar a treinar e a preparar-se, “elevando o seu nível” para uma “nova viagem a África”.

(Lukashenko afirma que Prigozhin já não se encontra na Bielorrússia: foi para Moscovo ou São Petersburgo).

De acordo com os dados mais recentes da equipa de investigação bielorrussa Gayun, mudaram-se até agora para a Bielorrússia mais de 2 500 membros da Wagner.

A chegada dos mercenários russos ao país vizinho segue-se a um acordo que pôs fim à sua rebelião armada em 24 de junho na Rússia, mediado pelo Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.

No âmbito do pacto, o Presidente russo Vladimir Putin cedeu três saídas para os milicianos Os milicianos de Wagner: regressar a casa, ir para a Bielorrússia ou assinar um contrato com o Ministério da Defesa ou outras agências de segurança para se subordinarem ao ministro da Defesa, Sergey Shoigu, e ao chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.

Como parte do acordo, o Kremlin prometeu aos mercenários e ao seu chefe que não seriam objeto de um processo penal.

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