Rússia prende Igor Guirkin, o senhor da guerra do Donbas condenado por ter abatido o voo MH17

Marcia Pereira

Antigo oficial russo Igor Guirkinacusado pelas autoridades ucranianas e holandesas de ter abatido do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014.foi detido hoje pelas forças de segurança russas.

Guirkin, pseudónimo “Strelkov”foi detido pouco antes do meio-dia na sua casa na capital russa, confirmaram o seu advogado e fontes policiais ao diário RBC. A sua esposa explicou nas redes sociais que foi aberto um processo penal contra Guirkin por extremismo, de acordo com o artigo 282 do código penal.

A fonte disse que o Comité de Investigação tinha revistado a casa de “Strelkov”, que tem sido muito crítico desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, através de um programa nas redes sociais, refere a Efe.

Também criticou duramente o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, e previu, no início de junho, que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, iria liderar uma rebelião militar, que acabou por se concretizar no dia 24 do mesmo mês.

(Putin lança uma purga no exército enquanto Kiriyenko já está a ser apontado como um possível sucessor)

De acordo com informações preliminares, o antigo oficial do Serviço Federal de Segurança (FSB) foi detido depois de ter sido denunciado por um membro do Wagner, um grupo com o qual também teve os seus altos e baixos.

Em outubro de 2022, Guirkin foi para o Donbas para participar diretamente nos combates, mas regressou dois meses mais tarde a Moscovo, depois de reconhecer que a tentativa “não foi bem sucedida”..

Guirkin, por cuja cabeça Kiev ofereceu uma recompensa de 100.000 dólares, liderou a revolta armada de 2014 no Donbas que levou a uma guerra entre milícias separatistas pró-russas e o exército ucraniano. Na altura, admitiu à EFE que o FSB o proibiu terminantemente de sair o país por razões de segurança.

Pelo seu envolvimento no abate do voo MH17 na região de Donetsk, “Strelkov” foi condenado em novembro pela justiça holandesa a prisão perpétua.
“Receber uma sentença de prisão perpétua dos inimigos é como uma medalha”, disse à EFE a meio do julgamento.

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