Não é claro até que ponto a surpresa da detenção na passada sexta-feira de Igor Girkinantigo oficial das tropas russas que participaram na na invasão da Crimeia e de parte do Donbas. em 2014, e responsável pelo ato terrorista que matou todos os 298 ocupantes do Voo 17 da Malaysia Airlines. É claro que, antes de fevereiro de 2022, teria parecido normal a qualquer pessoa que um inimigo declarado do regime de Putin acabasse na prisão. No entanto, após o livre acesso à crítica A “marcha sobre Moscovo”, incluindo a “marcha sobre Moscovo” do Grupo Wagner, foi vivida nos últimos meses e até o óbvio pode ser um choque.
Girkin, um ultranacionalista russo com um grande número de seguidores entre os sectores mais fanáticos desse espetro político, tem desempenhado o papel de “Cassandra” desde o início da guerra, ou seja, “Cassandra”, anunciando a toda a hora como a Rússia se vai dar mal. na Ucrânia, devido à sua falta de organização e de verdadeira determinação. Poder-se-ia dizer que as suas críticas vão no mesmo sentido das de Prigozhin, o que não seria totalmente falso, mas é preciso notar que Girkin, que não consegue ver Putin depois de vários desentendimentos nos últimos anos, também não suporta Prigozhin. Nesse sentido, ele é um alma livre.
Tão livre que, na quarta-feira, levou as suas críticas um pouco mais longe e decidiu atacar diretamente no Presidente russochamando-o “mediocridade mesquinha e cobarde”. e pedindo-lhe que renuncie ao seu cargo em favor de alguém mais capaz. Ora, depois de meses de críticas mais ou menos genéricas a Shoigu, Gerasimov e às estruturas do Kremlin, o ataque pessoal levou a que o FSB – antigo KGB – aparecesse em sua casa no espaço de quarenta e oito horas e o levasse para um prisão estatalonde permanecerá pelo menos até ao início de setembro.
O detenções de Girkin e de um dos seus aliados, o neo-nazi Pavel Gurabev, juntam-se às de vários generais suspeitos de terem sido coniventes com Prigozhin na sua tentativa de golpe de Estado. Entre todos eles, a figura de Sergei Surovikino “Carniceiro de Aleppo”, que transporta diretamente desaparecido desde o fim de semana da revolta, quando foi visto pela última vez num vídeo em que pedia ao seu bom amigo Prigozhin para depor as armas. Pensa-se que está detido desde essa altura, pelo menos a sua família não tem notícias dele desde então, e isto há já um mês.
O que é claro é que Putin deixou de temer a oposição reformista e pró-ocidental, liderada pelo também preso Alexei Navalny, e está a tentar conter a agitação das vozes nacionalistas de extrema-direita que ele próprio encorajou a sair do poder. O problema é que o reformismo ocidentalista não tem lugar nas forças armadas russas… mas o ultranacionalismo tem. O que Girkin, Surovikin e Prigozhin têm em comum é o facto de todos os três serviram em guerras do lado russo. Não são estranhos aos seus camaradas de armas.
(A Rússia vai retirar o nome de Yelena Isinbayeva de um estádio por não apoiar a guerra contra a Ucrânia)
De facto, aquele que tem menos ligações, a priori, às forças armadas lideradas por Valeri Gerasimov é o único que ainda está na rua, gozando de uma certa liberdade: Eugeni Prigozhin. O antigo chefe de cozinha, ainda proprietário do Grupo Wagner por mais que Putin repita em entrevistas que “o Grupo Wagner não existe” (e então o que faz ele a incomodar a Bielorrússia, obrigando a Polónia a reforçar a sua fronteira por precaução?), continua a viajar de Moscovo para São Petersburgo e de São Petersburgo para Minsk, a fazer discursos políticos nas redes sociais sem que ninguém perceba como é que Putin não o pode fazer pagar pelas suas insurreição.
Agora, pode muito bem ser que a alegria de Prigozhin não dure muito tempo.. De acordo com o diretor do CIABill Burns, Putin pode estar a preparar algo contra o seu grande némesis. Burns descreveu o presidente russo como “o apóstolo supremo da vingança”. e garantiu numa conferência de imprensa que está apenas a “tentar ganhar tempo”. Segundo Burns, Putin é um daqueles que pensa que a vingança é um prato que se serve frio e, por isso, recomenda Prigozhin “para não despedir o seu provador”..
(Putin revela pormenores do seu encontro com Prigozhin após o motim: “O Grupo Wagner não existe”).
A questão, nota Burns, não é tanto se Putin vai acertar contas com o líder do Grupo Wagner, mas quando e como o vai fazer. “Ele não quer parecer que está a exagerar”, disse o diretor da CIA, que acredita que o vídeo de 24 de junho, no qual Prigozhin acusava diretamente Putin de não estar a par do que se passa na Ucrânia e avisava que Wagner faria o possível para provocar mudanças no Kremlin, era “o maior desafio a Putin desde que ele se tornou presidente”..
É altamente improvável que um tal desafio fique impune. No entanto, estamos a perder alguma coisaPorque nem uma semana tinha passado desde a “marcha sobre Moscovo” e já Putin recebia Prigozhin e os seus oficiais no próprio Kremlin para os felicitar pelo seu trabalho em Bakhmut. -Vinte mil mortos, quarenta mil feridos em combate.. O encontro e o facto de ter sido o próprio porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a reconhecê-lo e a defendê-lo em público não devem ter agradado àqueles que vêem Prigozhin como um arrivista e estão a começar a duvidar que Putin seja o czar que levará a Rússia de volta ao império.
No meio de toda esta agitação, o presidente optou por um punho de ferro. O problema é que a mão pesada depois da fraqueza só indica mais fraqueza. A sensação é de uma administração cercada e sitiadaincapaz de dar a volta à guerra na Ucrânia, desafiada pelo seu próprio exército e cada vez mais afastada dos aliados tradicionais, como a Turquia, um dos países mais afectados pelas recentes ameaças russas à navegação no Mar Negro. Demasiados maus sinais em muito pouco tempo.
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