A junta militar da Birmânia anunciou na terça-feira um perdão parcial para a antiga líder democrática Aung San Suu Kyi. Aung San Suu Kyidetida desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2021 e condenada a uma pena máxima de 33 anos de prisão.
O regime militar anunciou a notícia hoje numa breve missiva a que teve acesso. Efeum dia depois de ter anunciado a prorrogação do estado de emergência em Birmânia por mais seis meses, o que exclui a possibilidade de realização de eleições este ano.
A notificação militar apenas cita como anuladas 5 das 19 condenações contra Suu KyiEste facto foi também confirmado à Efe por uma pessoa ligada ao caso, pelo que não se prevê que a vencedora do Prémio Nobel da Paz seja totalmente libertada.
(A ascensão e a queda de Suu Kyi: da atribuição do Prémio Nobel da Paz à condenação a trabalhos forçados pelos militares)
A decisão surge dias depois de se ter especulado sobre uma eventual transferência para prisão domiciliária da antiga dirigente de 78 anos, que só foi vista em público uma vez desde o golpe de Estado.
Na sexta-feira passada, fontes próximas de Suu Kyi garantiram a Efe que tinha sido “realojados” em data não confirmada, num edifício controlado pelo regime militar, cuja localização é desconhecida, depois de ter estado isolado numa prisão da capital, Naypyidó.
Suu Kyi já passou 15 anos em prisão domiciliária numa residência em Rangumdurante o mandato da anterior junta militar (1962-2011).
O golpe de Estado de há dois anos e meio, que derrubou o governo liderado por Suu Kyi e pôs fim a uma década de transição democráticamergulhou a Birmânia (Myanmar) numa profunda crise política, social e económica e abriu uma espiral de violência que exacerbou a guerra de guerrilha que dura há décadas no país.
O exército justifica o golpe com base numa alegada fraude durante as eleições gerais em novembro de 2020, cujo resultado anularam e no qual a Liga Nacional para a Democracia (LND) de Suu Kyi venceu, tal como em 2015, com o apoio de observadores internacionais.
Evolução da situação em Suu Kyi As eleições realizam-se apenas um dia depois de a junta militar ter anunciado, na segunda-feira, a prorrogação por seis meses do estado de emergência no país, o que impede efetivamente a realização de eleições este ano, como se esperava.
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