Um juiz federal norte-americano arquivou hoje o processo por difamação que o antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tinha apresentado em junho passado contra a escritora e jornalista E. Jean Carroll, que um mês antes tinha ganho um processo civil contra ele por agressão sexual.
Trump tinha processado Carroll na sequência de uma entrevista que ela deu à CNN após o veredito nesse caso, na qual, quando lhe perguntaram se o magnata a tinha violado, ela disse: “Sim, ele violou”.
O veredito do júri, que condenou Trump a pagar 5 milhões de dólares de indemnização por ter abusado sexualmente dela há anos atrás e por tê-la difamado quando ela denunciou publicamente os factos, considerou-o responsável pelo abuso, mas não pela violação, segundo a lei de Nova Iorque. Com base nesta diferença, o antigo presidente dos Estados Unidos processou Carroll, alegando que este tinha feito uma declaração falsa e que esta era prejudicial para a sua imagem, refere Efe.
(Quem é E. Jean Carroll, a jornalista que coloca Donald Trump no banco dos réus por violação?)
O juiz, no entanto, rejeitou hoje essa manobra e observou que as palavras da vítima são “substancialmente verdadeiras”, uma vez que o júri considerou que Trump penetrou-a, mesmo que tenha sido com os dedos e não com o péniscomo é exigido para uma acusação de violação segundo a lei de Nova Iorque.
Trump e Carroll voltarão a defrontar-se em tribunal a partir de janeiro, num outro julgamento por difamação resultante de um ação judicial intentada em 2019 pela escritora e jornalista, também relacionado com os abusos sexuais de que foi vítima em meados da década de 1990.
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Numa ordem separada, o juiz Kaplan decidiu que os advogados de Carroll podem entregar ao Ministério Público de Manhattan a gravação de uma declaração sob juramento feita por Trump antes do julgamento.
Os procuradores poderão utilizar esse vídeo para se prepararem para outro julgamento, neste caso marcado para março, em que o antigo presidente é acusado de falsificação de documentos comerciais em ligação com um alegado pagamento de 2016 à atriz porno Stormy Daniels durante a campanha presidencial.
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