O avião de Prigozhin foi abatido por ordem de Putin, segundo os serviços secretos britânicos.

A morte do líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny PrigozhinO acidente de avião, que suscitou todo o tipo de especulações e teorias, colocou Vladimir Putin no centro das atenções como o principal suspeito do incidente. Um porta-voz do Governo britânico declarou que está a “acompanhar de perto a situação” em Moscovo e uma fonte de segurança citada pelo jornal The Daily Telegraph sugeriu que o avião foi quase de certeza abatido pela agência de informação russa, o FSB, sob ordens do Presidente Putin.

Desde quarta-feira à tarde, quando o avião que alegadamente transportava Prigozhin se despenhou, os governos do Ocidente apontaram Putin como responsável. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Bidendisse não ter “informações concretas sobre o que aconteceu”, mas alimentou as suspeitas. “Não há nada que aconteça na Rússia que Putin não esteja por detrás”, disse o presidente dos EUA na quarta-feira.

O Governo francêsna mesma linha, sugeriu que as suspeitas de que o Presidente russo está por detrás do acidente de avião são normais. “Ainda não conhecemos as circunstâncias da queda do avião. Podemos ter dúvidas razoáveis”, disse o porta-voz do governo francês, Olivier Veran, na quinta-feira de manhã, numa entrevista à televisão France 2.

(EM DIRECTO: A última hora de Prigozhin)

Yevgheni Prigozhin e os seus mercenários Wagner lançaram uma rebelião contra o Kremlin, em junho passado, porque se queixava da falta de apoio do exército russo às suas fileiras e da escassez de recursos na Guerra na Ucrânia. Os mercenários chegaram a marchar em direção a Moscovo, mas acabaram por ser detidos e a rebelião não deu em nada, para além da acusação de Putin a Prigozhin de “traidor”, o que não é pouco.

Os dois encontraram-se no Kremlin cinco dias após a rebelião, e o líder de Wagner acabou por se mudar para Bielorrússia. Nos últimos dias, esteve em África, mais concretamente no Níger, de acordo com um vídeo publicado por Wagner no início desta semana.

O avião em que Prigozhin viajava, de acordo com a lista de passageiros da aeronave, despenhou-se durante a tarde de quarta-feira, quando se dirigia de Moscovo para São Petersburgo. O voo não durou muito tempo. Descolou por volta das 18h00, hora local russa. Às 18:11, o sinal do avião perdeu-se e o Embraer Legacy 600, com o número de registo RA-02795 de Yevgueni Prigozhin despenhou-se na cidade de Kuzhenko, a cerca de 200 quilómetros a noroeste da capital. O avião despenhou-se a meio caminho entre Moscovo e São Petersburgo, por volta das 18h20, segundo a imprensa local.

Jornal russo Kommersant escreve esta quinta-feira que os buracos nas fuselagens e nas asas do avião de Prigozhin indicam que o impacto de um míssil antiaéreo é a causa provável do acidente. O diário russo cita os peritos em investigação de acidentes aéreos, que apontam para o facto de a cauda do avião ter sido encontrada a vários quilómetros do local onde se despenhou, pelo que terá sido destruída em pleno ar.

O Ministério das Emergências russo confirmou que as dez pessoas que se encontravam no avião morreram no acidente. Para além de Prigozhin, a lista de passageiros incluía ainda Dimitri Utkinum colaborador próximo do líder de Wagner que era considerado o seu número dois.

De acordo com a Reuters, o modelo de avião que se despenhou na quarta-feira só sofreu um acidente em mais de 20 anos de serviçoum evento que não foi causado por falha mecânica. Antes de atingir o solo e explodir, o avião fez subidas e descidas rápidas, segundo o Flighradar24.

O grupo Wagner, através dos canais Telegram, apontou o dedo a Vladimir Putin, afirmando que é “improvável” que quem está por detrás da morte do seu líder seja um “inimigo externo”.

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