O Presidente russo Vladimir Putin enviou na tarde de quinta-feira condolências à família de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, descrevendo-o como um “empresário talentoso que cometeu erros”.
“Sobre o desastre do avião, a primeira coisa que quero fazer é expressar as minhas sinceras condolências às famílias de todos os que morreram. É sempre uma tragédia”, disse o líder russo, que observou que o avião transportava funcionários do Grupo Wagner.
As declarações surgem um dia depois de o avião em que Prigozhin viajava ter sido abatido quando voava de Moscovo para São Petersburgo, matando todos os dez ocupantes a bordo. Alguns serviços secretos, como o britânico e o americano, apontam a Rússia como a causa do abate.
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“O que é absolutamente certo, e fui informado disso hoje pelo chefe do Comité de Investigação, é que eles iniciaram a investigação preliminar deste evento e que será conduzida minuciosamente e será levada até ao fim”, disse Putin durante a sua reunião com o chefe russo da região de Donetsk, Denis Pushilin.
“De facto, se os funcionários da empresa Wagner estavam lá, e os dados preliminares indicam que estavam, gostaria de salientar que essas pessoas fizeram um contribuição significativa para a nossa causa causa comum de luta contra o regime neo-nazi na Ucrânia. Lembramo-nos disso, sabemos disso e não o esqueceremos”, acrescentou.
Como o próprio Putin recordou, ele e Prigozhin conheciam-se desde a década de 1990. A Rússia utilizou o grupo de mercenários desde o início da sua invasão da Ucrânia e foram os Wagner que obtiveram os maiores ganhos territoriais.
“Ele (Prigozhin) era uma pessoa talentosa, um homem de negócios talentoso, trabalhou não só no nosso país e obteve resultados, mas também no estrangeiro, particularmente em África. Estava envolvido com petróleo, gás, metais e pedras preciosas”, recordou Putin.
No entanto, desde o envolvimento de Wagner na invasão da Ucrânia, as queixas de Prigozhin eram constantes sobre a falta de fornecimentos e de apoio do exército russo. Por fim, Prigozhin acusou as tropas russas de dispararem contra os seus homens e iniciou uma marcha com as suas tropas através da Rússia, ficando a cerca de 300 quilómetros de Moscovo. Putin chamou a isto uma “punhalada nas costas” e avisou que o motim não ficaria impune.
Embora a agência de aviação civil, Rosaviatsia, tenha confirmado que Prigozhin se encontrava a bordo do avião despenhado, os dez corpos recuperados ainda não puderam ser identificados, pois estavam carbonizados.
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