Categories
A junta militar golpista que anunciou na quarta-feira a tomada do poder no Gabão nomeou como novo presidente de transição o general Brice Oligui Nguema. Brice Oligui Nguemacomandante da Guarda Republicana, uma unidade de elite das forças armadas do país.
“O general Oligui Nguema Brice foi nomeado por unanimidade presidente do Comité para a Transição e a Restauração das Instituições (CTRI, a junta do golpe), presidente da transição”, disseram os militares numa declaração lida na televisão após uma reunião na capital do país, Libreville.
O general “ordenou a reconexão da fibra ótica e o restabelecimento do sinal dos canais internacionais de rádio e televisão”. no país, acrescentou o porta-voz do autodenominado CTRI, coronel Ulrich Manfoumbi.
(Golpe de Estado no Gabão: o Presidente do país em prisão domiciliária.)
Embora o apagão da Internet e a suspensão da imprensa internacional tenham sido levantados, o recolher obrigatório continua em vigor, outra das medidas impostas no dia 26, quando se realizaram as controversas eleições e o Presidente do país, Ali Bongo, foi declarado vencedor na manhã de quarta-feira.
Pouco depois de a comissão eleitoral ter proclamado a sua vitória, com 64,27% dos votos, um grupo de militares anunciou, numa mensagem televisiva, a suspensão de todas as instituições gabonesas e a anulação das eleições, considerando que não foram transparentes, credíveis ou inclusivas.
Na sequência desta declaração, a rede social X (antigo Twitter) foi inundada com vídeos que mostravam centenas de gaboneses a celebrar a revolta.
Mais tarde, os golpistas confirmaram que Bongo está em prisão domiciliária.juntamente com a sua família e o seu médico, e comunicou a detenção de um dos seus filhos, Noureddin Bongo Valentin, e do seu chefe de gabinete, Ian Ghislain Ngoulou, entre outras pessoas que lhe são próximas.
(Uganda estreia lei anti-gay e pede pena de morte para jovem por actos homossexuais “agravados”)
Os oficiais fardados acusaram os detidos de “alta traição contra as instituições do Estado” e de “desvio maciço de fundos públicos”, entre outros crimes.
O próprio Presidente do Gabão confirmou a sua detenção e apelou à ajuda da comunidade internacional num vídeo gravado na sua residência e publicado na rede social X. Ali Bongo governa o país desde a morte do seu pai, em 2009., Omar Bongoque estava no poder desde 1967.
O golpe de Estado no Gabão é o segundo no espaço de um mês em África, depois de o exército ter tomado o poder no Níger a 26 de julho.
O Gabão junta-se assim à lista dos países que foram vítimas deste fenómeno nos últimos três anos: Mali (agosto de 2020 e maio de 2021), Guiné-Conacri (setembro de 2021), Sudão (outubro de 2021) e Burkina Faso (janeiro e setembro de 2022).
Siga os temas que lhe interessam
